quinta-feira, 10 de abril de 2008

FORMAÇÃO DO JOGADOR DE FUTEBOL

FORMAÇÃO DO JOGADOR DE FUTEBOL
Ao Nível Técnico
Sabemos que em futebol a bola quase nunca está parada nos pés de um jogador; é necessário um bom domínio técnico para a receber, controlar, conduzir, passar, rematar;
Para melhorar a sua capacidade de coordenação, o jogador deve desenvolver desde o princípio a sua capacidade específica de equilíbrio.
Ao Nível Físico
A alternância trabalho/repouso caracteriza as sequências de jogo; é portanto um esforço descontinuado mediante pressões específicas, tanto maiores quanto a elevação do nível do jogo.
O jogador jovem adapta-se naturalmente à descontinuidade do esforço breve, seguido de um tempo de recuperação, mas, tem dificuldade em produzir esforços longos e intensos.
Ao nível psicológico
Em todas as partes e a todo o momento!
Dadas as pressões psicológicas específicas que este desporto colectivo de oposição apresenta, deveremos dar prioridade à educação, agindo também como pais.
O futebol é psicologicamente muito exigente; tanto a nível intelectual como afectivo; exige ainda um tratamento rápido e eficaz da informação, motivação constante e capacidades de integração em grupo.
Análise dos recursos (capacidades e qualidades) do jogador, no jogo, em treino e na competição.
Desenvolvimento e aperfeiçoamento para o melhor rendimento do jogador e da equipa.
Recursos Tácticos
Inteligência táctica: utilização inteligente dos recursos técnicos e físicos no jogo;Quando o jogador não é um especialista menos atitude tem para a leitura e resolução dos problemas do jogo.
Recursos Técnicos (qualidades técnicas)
O domínio gestual, a perfeição das habilidades úteis para a realização táctica do jogador; Quanto mais «tosco» for o jogador, mais dificuldades terá na sua coordenação específica.
Recursos Físicos (qualidades físicas)
Consideremos as qualidades físicas gerais e as qualidades físicas específicas
Quanto menos treinado está o futebolista menos resistência geral e específica tem.
Recursos Psicológicos (qualidades psicológicas)
Motivação, combatividade, controle emocional, solidariedade, persistência, perseverança, etc.
Quanto mais jovem é o jogador mais motivado está para o jogo e mais necessidade tem de desenvolver a sua autoconfiança. Assim o projecto de treino desportivo visando a eficácia, compreenderá essencialmente: a formação táctica; a formação técnica; a formação física e a formação mental.
A ACÇÃO FORMATIVA
Não é suficiente ao treinador trabalhar separadamente as capacidades de que falamos anteriormente, para que o jogador seja eficaz ao serviço do colectivo com o mesmo objectivo. (a relação de força colectiva e individual reflecte o nível de jogo da cada equipa). Durante o jogo, a equipa ganhadora resolve melhor os problemas que a equipa adversária lhe apresenta, quer colectiva, quer individualmente, porque domina os factores tácticos e técnicos. Cada elemento da equipa (o individual) sabe utilizar melhor o seu potencial físico e controlar as suas emoções.
É absurdo treinar o futebolista separando os diversos factores.
TREINO GLOBAL
Estes factores estão permanentemente interligados na acção do jogador. Logo, devemos preconizar a concepção global do treino em detrimento da fragmentação da preparação em diversas partes (física, técnica, táctica, mental)
Estamos portanto a falar de um treino total e integrado, onde o exercício é multidimensional: psico-táctico - técnico-táctico.
Definimos como Prioritária o desenvolvimento da capacidade táctico-técnica do jogador. Este, em situação de jogo envolve-se Táctica, técnica, física e mental com toda a sua paixão. O desenvolvimento táctico técnico do jogador tem um lugar preponderante desde o principiante até ao nível máximo.
O treinador deve permitir a criatividade, a autonomia, a tomada de iniciativas e a assunção de responsabilidades. O que importa treinar, são as situações reais de jogo: com posse da bola e sem posse da bola, valorizando a inteligência táctica e comportamentos eficazes; adquirir automatismos táctico-técnicos o que permitirá aos jogadores o desenvolvimento e aperfeiçoamento de uma verdadeira «eficácia mental». O treinador deve pôr aos jogadores problemas que eles têm de resolver; consoante o nível, o futebol é apresentado de forma simples (regras adaptadas aos principiantes) sem deixar de lado alguma complexidade para que haja progressão.
A situação problema, o jogo, a competição constituem a base do trabalho de Formação e de treino; é a avaliação da produção que permite verificar os progressos e as deficiências.
Pretendemos um jogo criativo e rápido, o que nos obriga a dar a máxima preponderância ao dominio da dimensão táctico-técnica, de forma a que o jogador aprenda a escolher a melhor solução no jogo.
A Pedagogia activa é essencial. Não podemos nem devemos exigir uma eficácia instantânea. Deve ser feito com base num processo de aprendizagem.
O Treinador deve criar situações-problema, adaptadas ao nível dos jogadores; à medida das capacidades momentâneas:
O que deve o jogador saber sobre o jogo
O que deve conhecer do jogo
o que fazer em jogo
Neste processo, o jogador compreende porquê que actua e reage assim. O jogo e a decisão de como jogar, cabe-lhe a ele próprio; Ao Treinador cabe-lhe saber observar, aconselhar, modelar a dificuldade do exercício, avaliar.